Smoke Ring for My Halo é o segundo disco de Kurt Vile editado através da Matador e, na verdade, o quarto longa-duração deste artista vindo de Filadélfia. É, ainda, o álbum que finalmente o demarca de outros artistas independentes que acabam por cair no esquecimento e lhe traz o reconhecimento tanto da crítica como dos meios de comunicação - pese embora o facto de Vile nunca ter passado despercebido e possuir já o seu grupo de fãs. De facto, diz-se, por exemplo, que Kim Gordon assumiu que o disco anterior do músico, Childish Prodigy, era um dos seus guilty pleasures (guilty, segundo a própria, porque não conseguia parar de o ouvir) e o líder dos Dinosaur Jr. J. Mascis, colocou-o entre os 5 guitarristas “a ouvir” numa lista publicada no Guardian. Mais: os Animal Collective, curadores da edição deste ano do festival All Tomorrow’s Parties, convidaram o artista a tocar por terras britânicas já no mês que vem.
Ao contrário de um mais ruidoso e crú Childish Prodigy, este novo disco traz-nos um Kurt Vile mais limpo, mais polido. Este registo mais melódico não é necessariamente mau, muito pelo contrário. Pela primeira vez, somos tentados a ouvir verdadeiramente o que este americano tem a dizer e, por isso, este Smoke Ring for My Halo torna-se um álbum mais pessoal, que nos permite entrar numa esfera mais privada do artista. Ou, assim, nos ilude.
A ouvir: Jesus Fever, Puppet to the Man ou Ghost Town, por exemplo.
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