Há quem diga que o punk morreu. Outros dizem que o mesmo apenas se transformou em vários sub-géneros (como o post-punk ou o hardcore) de modo a manter-se vivo. E a verdade é que desde 1977 que o seu espírito fulminante recusa-se a morrer, permanecendo activo à medida que as gerações se vão desenrolando. Prova actual disso são grupos como os Pissed Jeans, The Men ou Fucked Up. A essas bandas juntam-se agora os Big Ups.
Oriundos de Brooklyn, acabam de lançar o seu primeiro disco, "Eighteen Hours of Static", um trabalho de estúdio composto por onze temas, curtos e energéticos e sempre em torno de riffs de guitarra ofegantes (que, se tocados a uma velocidade diferente, não destoariam de um disco dos The Jesus Lizard) e uma secção rítmica tão caótica quão implacável. Há igualmente que ter em conta a presença do vocalista Joe Galarraga, que descarrega as letras de tom antémico e rebeldia eloquente de uma maneira que homenageia sem cerimónias Ian Mackaye.
Depois de terem lançado o EP "Space Machine" em 2011 (trabalho que revelava a adoração do quarteto nova-iorquino pela discografia dos The Replacements), os Big Ups decidiram abranger o seu campo de influências e estudaram bem todas as referências, desde os Moss Icon aos Shellac, de modo a poderem entrar em 2014 com uma vitória. E vitória é a palavra correcta para descrever este longa-duração de estreia, que poderá ser ouvido durante esta semana, de segunda a sexta às 14h, enquanto destaque Freeze! do Fahrenheit 107.9.
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