Corria o mês de janeiro de 2013 e George Mitchel publicava no blog dos Eagulls uma carta aberta em que destilava todo o fel produzido pela experiência do circuito de concertos, pela cena musical que colocava e imagem acima de tudo. Entre os vários viturpérios, aconselhava aqueles que mais nada teriam do que um corte de cabelo a comprarem um bilhete para a Índia com o dinheiro dos papás.
Se tal se tratou dum golpe publicitário, surtiu certamente efeito. Nas palavras de Mitchel, um ano mais tarde, a maior parte das bandas que quiz atingir com tal carta já não existem. Pouco mais de um ano depois, o primeiro longa-duração do quinteto de Leeds faz as delícias da crítica, colhendo elogios unânimes, da Pitchfork ao NME: a prestação de Mitchel merece comparações com Wilderness, Iceage e até com Joe Strummer, mas merecem igualmente os Eagulls crédtos por saberem sublimar essas mesmas influências.
No ativo desde 2010, a banda formada por Mark Goldsworthy e Liam Mathews nas guitarras, tom Kelly no baixo, Henry Ruddel na Bateria e George Mitchel na voz, apresenta agora um conjunto de canções cuja mestria foi apurada na estada, nas actuações ao vivo, o que poderá explicar a qualidade global deste registo.
Produzido pela própria banda e por Matt Peel nos Cottage Studios de Leeds, conta com o selo da novaiorquina Partisan Records - pela qual este colectivo assina desde 2013- "Eagulls" soma dez faixas que o Destaque Freeze vai dar a ouvir ao longo desta semana.
Germana Fernandes
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