Pouco mais de um ano após se terem estreado nos longa-durações com "Hawkdope", os Black Rainbow regressam com "Stellar Prophecy", mais uma vez sob a chancela da Heavy Psych Sounds Records. Aliás, o trio musical oriundo de Roma tem-se assumido como um dos nomes emblemáticos não só da editora italiana (compreensível, já que o guitarrista/vocalista da banda é o fundador da editora) mas de todo o movimento retrospectivo que tem caracterizado o rock italiano de actualmente. Retrospectiva essa que não se limita a nomes lendários dos anos 70 - nomeadamente Led Zeppelin e MC5 - mas abrange igualmente exemplos musicais de décadas mais recentes, como é o caso de Fu Manchu ou Nebula.
Apesar desse vasto leque de influências musicais resultante numa mescla de heavy rock arcaico com vertentes de stoner primordial (sem descurar os toques de space-rock, a recordar os primórdios dos Hawkwind), o grupo liderado por Gabriele Fiori consegue demarcar a sua sonoridade própria, muito graças ao virtuosismo energético que caracteriza as suas passagens sonoras, sejam essas descoladas de um êxito musical perdido da década de 70 ("Woman" ou "Evil Snake") ou de reflexões psicadélicas desbravadas numa jornada inter-galáctica (latente em "The Travel" e sobretudo em "Golden Widow"). Acresce o factor impressionante deste novo trabalho conseguir alcançar - ou até mesmo ultrapassar - a qualidade do LP de estreia, passando com louvor a temível prova de fogo do "segundo disco".
E realmente, se o previamente citado "Hawkdope" revelou-se como o trabalho que colocou os Black Rainbows nas bocas (e blogs) do mundo do rock contemporâneo, "Stellar Prophecy" comprova o poderio dos italianos e firma o seu nome no panteão do rock moderno. Testemunho esse que será o destaque Freeze! desta semana, de segunda a sexta às 14h na sintonia dos 107.9 FM.
Pedro Nora
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