Oriundos de Varsóvia, os Weedpecker têm-se gradualmente afirmado como um dos nomes mais sonantes do stoner-rock a surgir em solo europeu. No seu LP de estreia homónimo, já se primavam pela distinção da vasta miríade de bandas do género musical que iam surgindo ao praticar uma sonoridade que devia tanto ao grunge (nomeadamente, os Soundgarden) como aos suspeitos do costume (Kyuss, Fu Manchu) que têm servido de alicerces para a geração moderna do stoner. Já no seu segundo capítulo discográfico, o quarteto firmou os norte-americanos Elder como influência-chave no que toca à esquemática vocal, apropriando igualmente a abordagem liberatória do space-rock, propícia a aprofundar o cariz progressivo das suas composições.
O colectivo polaco junta-se pois agora ao trio norte-americano no catálogo da Stickman Records com "III", o seu terceiro trabalho de estúdio. Um regresso atempado na época revigorante do "ano novo, vida nova" que só revela o intuito da banda em deixar as primeiras cicatrizes no rock de 2018. Como tal, os Weedpecker largam os riffs pesados dos registos anteriores em detrimento de uma peregrinação por entre as texturas estáticos do shoegaze e interlúdios neo-psicadélicos inerentes à produção de Dave Fridmann ou Kevin Parker. Ao invés de tal metamorfose afectar desmedidamente a potência instrumental a que já nos habituaram, a mesma acaba mesmo por engrandecer a natureza cósmico-progressiva dos cinco temas que compõem este novo longa-duração.
O resultado é um disco conciso e carismático, que serve como um óptimo pontapé de saída para os destaque Freeze! de 2018. A ouvir durante esta semana nos 107.9 FM ou em ruc.fm, das 14h às 15h.
Pedro Nora
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