A acompanhar o frio nórdico que nos tem obrigado a ir ao armário buscar camisolas de cuja existência já nem nos lembrávamos (como aquela castanha, grossa, horrível que a tia Dolores nos ofereceu no Natal de 2002, em que as temperaturas não baixavam dos 20 graus, mas que agora tanto jeito dá - obrigado, clarividência da Tia Dolores!), chega-nos nova aposta da editora finlandesa Svart Records.
The Sabbathian são um duo composto pelo multi-instrumentalista americano Chad Davis (Hour of 13) e pela vocalista norueguesa Anette Gulbrandsen. Depois do seu primeiro EP em 2014, Ritual Rites, lançam agora o seu álbum de estreia, Latum Alterum. Embora o nome da banda remeta para a popular banda britânica, os The Sabbathian estão longe de orar no altar de Iommi, estando mais próximos do doom-metal escandinavo popularizado por conjuntos icónicos como os Candlemass, Burzum ou os primeiros trabalhos dos Ulver.
A voz de soprano de Guldbrandsen faz ecoar letras de teor oculto sobre as guitarras pesadas de Davis, num tom fúnebre que pauta grande parte do álbum (uma excelente excepção é a faixa "Embrace the Dark", de sonoridade mais retro e onde até cabe um solo de guitarra). A produção é crua e sem artifícios, como se quer neste género.
Com Latum Alterum, os The Sabbathian oferecem assim um álbum capaz de aquecer as orelhas do mais friorento dos ouvintes, sem chegar ao ponto de provocar sangramento dos ouvidos, como é o caso de muito metal vindo daquela área do globo. Para comprovar no Fahrenheit 107.9 desta semana.
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