Duas semanas antes de pisarem pela primeira vez um palco nacional, Amyl and The Sniffers trazem ao mundo o seu primogénito. Precedido de grande expetativa, este primeiro longa/duração, de nome homónimo à banda, não desilude. Claro, a energia hipnotizante da jovem Amy Taylor não pode ser totalmente capturada em formato disco, mas ainda assim são 30 minutos muito bem passados, com uma pressa e assertividade que os fazem parecer ainda mais curtos.
As letras provocativas na voz de Amy sobrepõem-se a um instrumental punk e garage, repleto de sons familiares, ainda que sem referências explícitas, para criar um momento musical fugaz mas revigorante. A brutalidade com que se apresentaram em 2016 no EP Giddy Up continuam bem presentes, mas a produção, a cargo de Ross Orton (AM, Arctic Monkeys; Arular, MIA), e a gravação em estúdio, refletem-se num trabalho mais robusto e ponderado.
Amyl and The Sniffers é o resultado da procura de refúgio numa estética que o quarteto australiano não viveu para relatar o caótico mundo em que vive.
Rita Amado Dias
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