Por mais voltas que a indústria musical dê, a verdade é que os primórdios do rock psicadélico continuam a deixar marcas na música moderna. A comprovar isso mesmo, tivemos variados exemplos ao longo dos anos, desde os The Flaming Lips até aos Tame Impala. E agora, dado o actual sucesso deste último colectivo australiano, bandas como os Electric Eye aproveitam o facto de o psicadelismo musical nostálgico estar em voga de modo a puderem apresentar a sua interpretação pessoal de uma jornada espacial.
Embora não esteja firmado em conceitos futuristas ou oriundos da ficção científica, a música deste colectivo oriundo de Bergen centra-se mais no sentimento nostálgico da exploração instrospectiva dimensão cósmico-sonhadora muito conforme à que foi explorada em finais da década de 60 e primeira metade da década seguinte (pense-se nos Pink Floyd liderados pelo excêntrico Syd Barrett ou na mirabolante ingenuidade dos Can). A esta perspectiva translúcida, aliam-se as infra-estruturas típicas do prog-rock daqueles tempos (desde os alemães Eloy aos britânicos Camel), que influenciam de maneira florescente as composições deste quarteto norueguês.
Composições que poderão ser entendidas como pontos de viragem na acima citada jornada espacial em que se resume este segundo longa-duração dos Electric Eye, que dá seguimento ao trabalho iniciado em 2013 com "Pick-Up, Lift-Off, Space, Time". Em torno de "Different Sun" surge todo um novo sistema solar musical que poderão descobrir esta semana de segunda a sexta, às 14 horas, no Fahrenheit 107.9.
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