Do blues rock psicadélico para o hip-hop, num programa que se quer de rock. Uma escolha arriscada, irreverente? Nem por isso. Mais do que um género musical, o rock é uma filosofia de vida, tão bem representada pelos Death Grips, colectivo de Sacramento, composto pelo produtor Andy Morin "Flatlander", MC Ride e Zach Hill (sim, o baterista dos Hella).
É impossível descrever “Exmilitary”. A primeira escuta, mesmo que rápida, é assustadora. Alienante, na verdade. Tal torna-se difícil quando convivemos diariamente com rappers como Tyler, The Creator – mas é possível. E os Death Gripps estão aqui para o provar. A energia é punk. A paranóia deixa-nos nervosos, violentos, com vontade de esmorrar o companheiro. As cacofonias, cativantes. A provocação gratuita, uma constante (existirá melhor exemplo que rimar sobre “Interstellar Overdrive” dos Pink Floyd?)
Ass clappin, dick suckin, lock the door to the bathroom – quick fuckin
Find a whore and it could happen
But it's nothin, cuz you're drunk and you'll be blackin out
Before you even get a chance to think bout what you're doing
A relação entre o rock e hip hop nunca passou de um one night stand. Com Death Grips, há possibilidades de um segundo encontro. E de um Terceiro, Quarto e Quinto. Caros ouvintes, o Freeze desta semana.
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