Já lá
vai mais de uma década desde que Peter Hayes
e Robert Levon Been, saíram de
California para se aventurarem pelos caminhos do rock’ n’ roll, misturando inúmeras referências que vão desde Johnny Cash, The Doors, Iggy Pop & The Stooges, My
Bloody Valentine e outras bandas britânicas dos anos 80 e início dos
anos 90, com especial relevância para os The
Jesus & Mary Chain.
Em 2001,
altura em que a continuidade da qualidade do rock americano estava em causa, os
Black Rebel Motorcycle Club
(BRMC) surgem com
um extraordinário disco homónimo, trazendo alguma esperança para o género. Desde
então, vêm espalhando com a sua música, o espírito rebelde, presente no filme de
1953, The Wild One, de onde retiraram
o seu nome. Na
bagagem, 6 discos que congregam
uma série de mudanças de sonoridade e de formação, contando recentemente
com o contributo vigoroso na percussão e bateria de Leah Shapiro.
Specter
At The Feast, é o novo motivo para, mais
uma vez, este trio norte-americano se
fazer à estrada, contando com passagem
por Portugal, recentemente confirmada, a 19 de Julho, no festival Super Bock
Super Rock 2013. É também o sétimo e mais recente disco de originais dos BRMC,
editado pela Abtract Dragon a 18 de Março, que ao longo desta semana fará parte da rota do
Fahrenheit 107.9 como destaque FREEZE!
O sucessor
de Beat The Devil's Tattoo de 2010, é um disco marcado pelo
infortúnio, a angústia, o sofrimento e pelo soturno sentimento de luto, para
além do pesar, bem notório em alguns dos 12 temas que compõem o disco, espelho do
estado psíquico de uma banda muito marcada por transformações e
dissabores, documentado em 6 partes no seu canal no Youtube.
Em Specter At The Feast, os BRMC retomam com mais maturidade,
trilhos antigos, deambulando entre a volatilidade, o experimentalismo, a
abrasividade e aquela sonoridade barulhenta oriunda do Garage Rock que marcou
os primeiros tempos da banda, na forma de vórtice enérgico dirigido a guitarras
distorcidas. Em certos temas desenham-se alguns traços do Post-Punk e do Psicadelismo,
para além de surgirem algumas tendências do rock alternativo e do Noise Rock, que aqui tomam uma figura fantasmagórica e etérea. Também o lado mais introspectivo, diluído em Folk, Blues e Gospel, agora pesaroso, continua a fazer parte da viagem. Simultaneamente
há também a tentativa de aceitar a perda e seguir em frente, metamorfoseada em “Let The Day Begin”, o mais
recente single da banda e um dos mais intensos e emblemáticos temas de Specter At The Feast, canção
que atravessou gerações, pertencente aos The Call, banda de Michael Been, que ganhou neste álbum, uma versão homenagem de filho para pai, um hino
à sua memória, enquanto produtor e mentor dos BRMC, que tem agora
direito a vídeo:
Para ouvir durante esta semana, no Fahrenheit 107.9, a partir das 14h na Rádio Universidade de Coimbra ou na internet através de www.ruc.fm
Sonya Pereira
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