Alex Zhang Hungtai, o canadiano nascido no Taiwan, traz no nome, e até no pseudónimo artístico Dirty Beaches, a ciência e arte de vagabundear de que os músicos são exímios conhecedores e executantes.
Em Março de 2011, aquando do lançamento de "Badlands", numa entrevista à Pitchfork, confessou que não há lugar a que chame casa: para ele, casa é uma colagem de diferentes paisagens fracturadas, um puzzle que vai tentando compor.
É então que revela também a inspiração cinematográfica que empresta o carácter atmosférico tingido de nostalgia das suas deambulações lo-fi: os filmes de David Lynch, nomeadamente Blue Velvet e Lost Highway, são o gérmen das suas viagens sonoras de sonho e pesadelo.
É nessa mesma tentação da viagem sem rumo, da existência no transitório, que se inscreve Drifters/ Love Is The Devil, lançado a 21 de Maio na etiqueta californiana Zoo Music. Um álbum duplo que percorre noites de néon, a querer lembrar a trilogia de Berlim, associação que não deixa de ser irónica, pois Alex Hungtai conta o episódio de ter sido despedido duma banda por querer cantar como David Bowie.
Improvisações, sintetizadores e drum machines não conseguem ocultar a paisagem de solidão emocional que habitam - experimental não é aqui sinónimo de intelectual.
Para ouvir de madrugada, por ruas desertas de cidades anónimas.
Para ouvir também durante esta semana, no Fahrenheit 107.9.
Germana Fernandes
Em Março de 2011, aquando do lançamento de "Badlands", numa entrevista à Pitchfork, confessou que não há lugar a que chame casa: para ele, casa é uma colagem de diferentes paisagens fracturadas, um puzzle que vai tentando compor.
É então que revela também a inspiração cinematográfica que empresta o carácter atmosférico tingido de nostalgia das suas deambulações lo-fi: os filmes de David Lynch, nomeadamente Blue Velvet e Lost Highway, são o gérmen das suas viagens sonoras de sonho e pesadelo.
É nessa mesma tentação da viagem sem rumo, da existência no transitório, que se inscreve Drifters/ Love Is The Devil, lançado a 21 de Maio na etiqueta californiana Zoo Music. Um álbum duplo que percorre noites de néon, a querer lembrar a trilogia de Berlim, associação que não deixa de ser irónica, pois Alex Hungtai conta o episódio de ter sido despedido duma banda por querer cantar como David Bowie.
Improvisações, sintetizadores e drum machines não conseguem ocultar a paisagem de solidão emocional que habitam - experimental não é aqui sinónimo de intelectual.
Para ouvir de madrugada, por ruas desertas de cidades anónimas.
Para ouvir também durante esta semana, no Fahrenheit 107.9.
Germana Fernandes
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