Nascidos nos finais da década de 90 (e após uma série de mudanças de nome), os britânicos Young Knives lançaram em 2006 o seu disco de estreia "Voices of Animals and Men", trabalho aclamado pela crítica e que lhes valeu uma nomeação para o Mercury Prize do ano seguinte. Seguiram-se dois LPs de estúdio e uma visão pessimista do seu futuro, em que a banda temia perder-se numa míriade de grupos (The Rakes, Art Brut, Razorlight, a título de exemplo) que praticavam um indie-rock genérico e sem alma, maioritariamente mandatado pelas editoras.
Foi então que o colectivo musical formado por Henry Dartnall, The House of Lords e Oliver Askew decidiu dar mãos à obra que iria reclamar a sua independência artística e liberdade criativa: "Sick Octave". Para tal, recorreram à plataforma Kickstarter, pedindo aos fãs uma ajuda financeira de modo a evitarem o controlo tanto das editoras como de produtores. Assim, com a produção e comercialização a cargo da próprios Young Knives, o que parecia ser uma última aposta de tudo-ou-nada da banda oriunda de Ashby-de-la-Zouch revelou ser uma oportunidade do seu renascimento sonoro.
Renascimento este que se concretizou, pois onde antes o trio de post-punk seguia à risca as normas ditadas pela corrente renascentista do género na primeira década do século XXI, enverederou agora pelo experimentalismo fractural, mesclando elementos musicais de géneros tão distintos como o post-rock, neo-psychadelia e noise-pop. Com uma energia louca (mas igualmente lúdica) que se complementa com letras tão macabras quão espirituosas sobre Alzheimer ou o mercado de peixes de Billingsgate, "Sick Octave" não é mais do que um disco cheio de resultados idiossincráticos, que poderão ser ouvidos enquanto destaque FREEZE! desta semana (de segunda a sexta, das 14h às 15h) do Fahrenheit 107.9.
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