domingo, 2 de dezembro de 2018

FREEZE: Antimatter - Black Market Enlightment (Music in Stone 2018)



O mês de Novembro assistiu ao regresso dos Antimatter de Nick Moss. No seu novo álbum, Black Market Enlightment, Nick Moss revisita o seu passado pessoal de abuso de estupefacientes nos anos 90, que levou ao diagnóstico de diversos distúrbios mentais, como ataques de pânico e psicose. A doença mental não esteve certamente longe aquando do lançamento dos primeiros trabalhos da banda, ainda com Duncan Paterson (ex-Anathema), marcados por uma atmosfera deprimente, traduzida musicalmente em faixas ultra-melancólicas e onde reinava a electrónica fria e lânguidos acordes de guitarra acústica.

Após uma sequência de álbuns desde 2007 dominados pela evolução para uma sonoridade rock apoiada em power chords e solos de guitarra, a electrónica dos trabalhos iniciais reaparece neste novo lançamento, com passagens que não soariam estranhas no segundo álbum Lights Out. Mas desenganem-se aqueles que esperam uma viagem calma - Black Market Enlightment é provavelmente o trabalho mais consistentemente pesado dos Antimatter até hoje, com uma densidade instrumental a milhas da simplicidade acústica de um álbum como Planetary Confinement, gerando uma sonoridade mais complexa, na qual a voz grave de Nick Moss não evita comparações com os trabalhos a solo do polaco Mariusz Duda (Riverside).

Um toque de misticismo oriental permeia também o álbum, marcado pela presença do músico arménio Vardan Baghdasaryan, e há tempo até para curtir um ou outro solo de saxofone. De destacar também a mistura do português Daniel Cardoso (Anathema). Três anos depois do aclamado The Judas Table, Black Market Enlighment é mais um regresso triunfante de Nick Moss e dos seus Antimatter.

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