quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Eternal Tapestry (Thrill Jockey/US) + Unzen Pilot + Surya Exp Duo @ Plano B, Porto

Eternal Tapestry @ Plano B (Porto)
Foto de Eduardo Pinto



A noite de 5 de Novembro de 2011 traduziu-se numa viagem galáctica e psicadélica e foi, no entanto, uma viagem, com duplo sentido, feita com toda a sobriedade do mundo! Afinal, havia um regresso a Coimbra para fazer. Sabem quando o céu tem poucas nuvens, mas cinzentas e muito rápidas, em que parece que só se ouve uma qualquer tranquilidade que de tranquila nada tem, e que chega até a ser assustadora? São aquelas noites em que de um momento para o outro pode começar um temporal ou iniciar-se todo um processo que conduza ao fim do mundo. Bem, se fosse esse o caso acho que também não me chateava muito pois nesta noite com uma carga de energia tão estranha (não sei se acredito necessariamente nisto das energias, mas havia alguma coisa diferente no ar, isso havia!) o psicadelismo dos Eternal Tapestry ocupou-me de tal forma a mente e pelo que parecia, o mesmo aconteceu a grande parte do público, já que parecia que toda a gente estava relaxada e apenas concentrada na música, criando alguns momentos de silêncio que de constrangedor nada tinham mas que ao mesmo tempo não nos davam tempo para pensar em coisas tão “inferiores” como o Apocalipse…

Mas voltemos um pouco atrás. Quando desci as escadas que levam à sala palco do Plano B, cerca das 22h40, os Surya Exp Duo já tinham tocado e os portuenses Unzen Pilot preparavam-se já para aquecer a sala. Não podia ter ficado com melhor primeira impressão desta banda, foi realmente uma boa aposta por parte da Lovers & Lollypops para a noite dos Eternal Tapestry. Os Unzen Pilot foram conquistando uma sala que a essa hora já estava muito bem composta e criaram o ambiente ideal para receber a banda de Portland.

Ao contrário do mais esperado, os Eternal Tapestry não apresentaram o álbum lançado este ano pela Thrill Jockey Records mas apenas um tema desse Beyond the 4th Door, a faixa número dois, de nome Cosmic Manhunt. Apenas quatro músicas e aquilo que pareceu um concerto a “roçar” o muito curto acabou por ser suficiente para que todo o público se envolvesse no psicadelismo de belos, longos e arrastados temas. Cinco músicos perfeitamente coordenados, dos quais um saxofone que há primeira parece não fazer muita diferença, mas que na verdade concede uma complexidade e unicidade magnífica à música da banda do estado do Oregon. O maior desejo naquele momento era ter os Eternal Tapestry a tocar, por exemplo, num pequeno jardim num fim de tarde de domingo, enquanto nos deixaríamos estar… sentados na relva a fumar e a beber chá. Este é se calhar um ideal de vida perfeita, mas deixo essa reflexão com os ouvintes do Fahrenheit 107.9.

ISFS

Cosmic Manhunt

Doing Your Own Being

Vibrations New Dawn

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