O novo projecto do leader dos Sonic Youth, cujo nome remete
para a empresa de mudanças de Philip Glass e Steve Reich, Chelsea Light Moving,
diferencia-se bastante de Demolished Toughts, o último trabalho em nome próprio de Thurston
Moore.
O longa duração homónimo a que esta semana damos destaque
foi lançado a 4 deste mês na Matador e conta com as participações do guitarrista Keith Wood, o nome por trás do
projecto Hush Arbors, da baixista, violinista e produtora Samara Lubelski, que
há bem pouco tempo se apresentou em Coimbra e emprestou o violino aos dois últimos
trabalhos a solo de Thurston Moore, e do baterista John Moloney, integrante dos
Sunburned Hand of Man e fundador dos Hawlin’ Rain.
Foi este o quarteto que produziu a sonoridade registada
por Justin Pizzoferrato, conhecido pelo seu trabalho com os Sonic Youth e com
Dinosaur Jr. O que nos é dado a ouvir é o produto de apenas duas sessões no estúdio Sonelab de
Massachussets.
O que Chelsea Light Moving nos oferece é aquilo que o
colectivo designou como “Burroughs rock”: a sombra do autor de “Naked Lunch”
transformada em paisagens sonoras soturnas da subcultura norteamericana, a que
Thurston Moore empresta a voz, a guitarra e a poesia. O piscar de olhos ao
poeta Frank O’Hara, em “Frank O’Hara Hit” reitera a intenção de retratar a Beat Generation em formato rock.
Dez faixas ruidosas, dissonantes, caóticas, a escutar até
à próxima sexta-feira no destaque Freeze!.
Germana Fernandes
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