domingo, 17 de março de 2013

Destaque Freeze! Chelsea Light Moving ("Chelsea Light Moving", Matador 2013)




O novo projecto do leader dos Sonic Youth, cujo nome remete para a empresa de mudanças de Philip Glass e Steve Reich, Chelsea Light Moving, diferencia-se bastante de Demolished Toughts, o último trabalho em nome próprio de Thurston Moore.

O longa duração homónimo a que esta semana damos destaque foi lançado a 4 deste mês na Matador e conta com as participações do guitarrista Keith Wood, o nome por trás do projecto Hush Arbors, da baixista, violinista e produtora Samara Lubelski, que há bem pouco tempo se apresentou em Coimbra e emprestou o violino aos dois últimos trabalhos a solo de Thurston Moore, e do baterista John Moloney, integrante dos Sunburned Hand of Man e fundador dos Hawlin’ Rain.

Foi este o quarteto que produziu a sonoridade registada por Justin Pizzoferrato, conhecido pelo seu trabalho com os Sonic Youth e com Dinosaur Jr. O que nos é dado a ouvir é o produto de  apenas duas sessões no estúdio Sonelab de Massachussets.

O que Chelsea Light Moving nos oferece é aquilo que o colectivo designou como “Burroughs rock”: a sombra do autor de “Naked Lunch” transformada em paisagens sonoras soturnas da subcultura norteamericana, a que Thurston Moore empresta a voz, a guitarra e a poesia. O piscar de olhos ao poeta Frank O’Hara, em “Frank O’Hara Hit” reitera a intenção de retratar a Beat Generation em formato rock.
Dez faixas ruidosas, dissonantes, caóticas, a escutar até à próxima sexta-feira no destaque Freeze!.

Germana Fernandes

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