quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Best of 2014 ~ TOP 10: Fahrenheit 107.9

Com o aproximar do novo ano, a equipa do Fahrenheit decidiu juntar-se e escolher os 10 álbuns que mais derreteram o nosso éter em 2014. Após uma árdua escolha, e sem nenhuma ordem em particular, estes são, para a nossa equipa, os melhores álbuns de 2014 no panorama do rock:


Black Bombaim - Far Out
Lovers & Lollypops/Cardinal Fuzz
Destaque FREEZE! no passado mês de Maio, e lançado no dia 4 do mesmo, Far Out, é o último longa duração pelo colectivo de Barcelos, Black Bombaim, que já se afirma como um dos nomes pesados da esfera do rock nacional.
Uma viagem composta por tonalidades psicadélicas onde  "O baixo de Tojo Rodrigues marca o ritmo pesado que delineia o caminho, abrindo as portas para os riffs de Ricardo Miranda e a secção rítmica de Paulo Gonçalves." Contando ainda com a colaboração do saxofonista Rodrigo Amado, tal como já tinha acontecido anteriormente em Marraquexe, tema incluído na compilação 10 Anos Bodyspace. O saxofone de Rodrigo Amado não deixa qualquer um indiferente a quem o escuta. Damos então por Rodrigo Amado em Africa II, primeira faixa deste álbum a improvisar "sobre um pano de fundo de rock psicadélico sólido, fruto de muita experiência e rodagem ao vivo. A segunda (e última!) faixa, Arabia transporta-nos para territórios mais ásperos e secos, por entre uma tempestade de guitarra frenética e esquizofrénica"

"Se existe algo em que os Black Bombaim conseguem sobressair, é precisamente nesta capacidade de nos levar em viagens a lugares incertos. Ao ritmo deles, não temos pressa, sabemos que lá chegamos eventualmente, e quando o fazemos, queremos rapidamente voltar ao início para desfrutar de tudo outra vez"

http://fahrenheitruc.blogspot.pt/2014/05/freeze-black-bombaim-far-out-050514.html


Goat - Commune
Rocket Recordings/Sub Pop

Depois de se darem a conhecer em 2012 com o estreante "World Music", os suecos Goat voltaram a mostrar mais uma vez que que a pequena cidade de Korpilombolo continua a merecer estar nos tops. Justiça feita, "Commune" pode não ter o impacto nem o factor novidade do lançamento que o precedeu, mas cimenta os Goat como um projecto ímpar no exotismo que só eles sabem dar à música. Misticismo e ritmos tribais de mãos dadas mais uma vez com a acidez e psicadelismo do rock. 



King Gizzard And The Lizard Wizard - I'm In Your Mind Fuzz
Flightless
Os King Gizzard & The Lizard Wizard surpreendem-nos este ano com dois trabalhos, Oddments e I'm In Your Mind Fuzz. Se Oddments já nos tinha alçado a asa para o mundo do colectivo australiano, I'm In Your Mind Fuzz conquistou-nos completamente a quando o seu lançamento, a 31 de Outubro.
"Um álbum que pega no ambiente garage, tão próprio do rock australiano moderno com que os King Gizzard & The Lizard Wizard têm vindo a trabalhar e que lhes acrescenta novos elementos, como um padrão rítmico de bateria tão constante como hipnotizante e baladas melodiosas que fazem lembrar alguns clássicos dos bons anos do rock."
Para escutar de uma ponta a outra, I'm In Your Mind Fuzz leva-nos por uma viagem por um imaginário colorido e electrizante que não deixa qualquer um indiferente.


Liars - Mess
Mute

"Ao sétimo capítulo, o trio composto por Angus Andrew, Aaron Hemphill e Julian Gross volta a fazer tabula rasa ao seu som, desta vez misturando a electrónica mais dançável com guitarras, em contraste com a frieza do anterior WIXIW".
"(...) um disco voltado para as pistas de dança e para o abanar de anca.", mas que conta também com temas mais experimentais, chegando a pisar ligeiramente o território do techno, tal como em Boyzone.

Com uma das carreiras mais atípicas no caminho do rock contemporâneo, apresentaram-nos com Mess um trabalho minimalista e inovador, percorrendo um território experimentalista com um breve toque de dance punk 

http://fahrenheitruc.blogspot.pt/2014/03/destaque-freeze-liars-mess-mute-2014.html



Ought - More Than Any Other Day
Constellation Records

"Os canadianos Ought são o projecto mais recente a aproveitarem-se da liberdade criativa que o art-punk lhes concede. Trazendo à memória o espírito indie-rock dos Talking Heads (que moldou o som de muitas bandas nos meados da década inaugural do séc. XXI), conseguiram subverter o comercialismo inerente dessa sonoridade, abraçando a cultura DIY"

"É de realçar que, apesar de ser o LP de estreia da banda, "More Than Any Other Day" revela-se como um trabalho que brilha graças ao profissionalismo musical que evidencia. (...) No entanto, apesar da variedade (e notoriedade) das suas influências musicais, os Ought não são um mero clone musical, na medida em que ganham identidade e independência através de um espírito rebelde muito próprio. Essa rebeldia, presente sobretudo nas letras (e voz dissonante) de Tim Beeler, alia-se às estruturas melodicamente caóticas que os três restantes membros (Matt MayBen Patrick e Tim Keen) fornecem, no decorrer dos oito temas que compõem esta estreia auspiciosa"

http://fahrenheitruc.blogspot.pt/2014/05/a-corrente-do-art-punk-e-definida-como.html



Sensible Soccers - 8 
PAD/Groovement

Os Sensible Soccers são “… uma das apostas mais promissoras da música nacional, esperanças essas que agora culminam com a edição de "8", o primeiro LP da banda.”  
“Mais que fazer boa música, há que saber apresentá-la ordenadamente e os Sensible Soccers, atentos a esse intuito, oferecem-nos um disco bem ritmado que sabe quando deve ser tão proficiente quão emotivo.”



Shellac - Dude Incredible 
Touch And Go
Lançado a 16 de Setembro, Dude Incredible foi uma das grandes surpresas deste verão, que marcou o regresso aos discos dos Shellac, passados 7 anos do último trabalho, Excellent Italian Greyhound.

Um trabalho diferente e limpo, Dude Incredible vai directo ao cerne da questão, saciando a sede de qualquer apreciador de rock. A banda de Steve Albini apostou fora da sua zona de conforto, abrindo Dude Incredible em grande, com tudo o que uma boa música (aliás, álbum!) tem direito. Da secção rítmica aos riffs de guitarra hipnotizantes, encontramos uma junção perfeita que nos leva a escolher o 14º trabalho dos Shellac como um dos álbuns deste ano de 2014.

Swans - To Be Kind
Young God Records
"Sucessor de “The Seer”, as semelhanças com o seu predecessor são mais que muitas, tantas que será óbvio considerá-los discos gémeos: novamente um disco duplo e ambicioso, novamente um punhado de temas longos" 
""Swans are majestic, beautiful looking creatures. With really ugly temperaments." Terão sido estas as palavras que Michael Gira usou para descrever o som que queria atingir, e como o nome Swans lhe assentaria que nem uma luva. Passados mais de três décadas, tudo continua a fazer sentido." 

http://fahrenheitruc.blogspot.pt/2014/05/destaque-freeze-swans-to-be-kind-young.html


Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra - Fuck Off Get Free We Pour Light On Everything 
Constellation Records
"A banda formada em 1999, agora quinteto, traz 6 temas inéditos, onde o duelo de vozes e de guitarras é maioritário. À semelhança dos discos anteriores, a forte crítica política e também uma certa crítica social, continuam a marcar presença."
"O quinteto canadiano que em parte integra os Godspeed You! Black Emperor e que ao longo do tempo foi fazendo alterações no seu nome inicial - A Silver Mt. Zion, de forma a acompanhar a evolução musical e o número de participantes envolvidos no processo de criação musical, oferece em Fuck Off Get Free We Pour Light on Everything, uma combinação exemplar de diversos e múltiplos estilos musicais.
Revela-se uma escolha sensata para quem ultimamente mostrou entusiasmo pelos últimos discos dos Swans e dos Godspeed You! Black Emperor - Eternamente indissociáveis dos Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra, pelas razões mais óbvias. "

http://fahrenheitruc.blogspot.pt/2014/01/freeze-thee-silver-mt-zion-memorial.html



Ty Segall - Manipulator 
Drag City
Um dos grandes álbuns deste ano vem até nós pelas mãos de Ty Segall. Um autêntico camaleão do rock dos tempos modernos, Ty Segall mostra-nos as suas várias facetas em Manipulator, que vão desde o glam-rock a solos de guitarra frenéticos, passando ainda por toadas mais psicadélicas ou por melodias que nos remetem para outros tempos, sem nunca perder o selo de originalidade de Segall.

Rock para todos os gostos, é o que poderemos encontrar em Manipulator, que apesar de ter sido lançado em finais de Agosto, é um dos grandes álbuns que nos apazigou a alma em 2014.


Bom 2015!

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