Diretamente de Queensland, na Austrália, chega o disco que se vai ouvir de 16 a 20 de maio no espaço Freeze! do Fahrenheit 107.9. Lançado no passado dia 20 de abril, chama-se White Lodge e vai buscar o título ao nome da banda que o criou. Na capa do disco, que mostra os quatro membros do conjunto australiano sobre um fundo preto, pode ler-se uma curta descrição do som do álbum: um assalto sónico feito por escravos do garage-punk em 11 temas recheados de barulho e eco psicótico.
E é precisamente isto que se ouve durante 42 extenuantes minutos. Psicadelismo lo-fi com sotaque australiano, rock cru propositadamente descuidado, gritaria e guitarras desafinadas que seriam a banda sonora perfeita para uma tarde de surf num pântano lamacento. Juntos, Hudson Tesoriero, Jonathan Ranger, Harrison Gordon e Jordan Biazos podem nem sequer tentar fazer música que soe bem aos ouvidos de qualquer um. O que é certo é que conseguem aproximar-se do melhor garage-rock recente: Thee Oh Sees, Ty Segall, White Fence e Fuzz não os superam no que toca a fazer barulho.
Este é o primeiro longa-duração deste quarteto australiano. Mas a avaliar pelos EPs que já tinha lançado em 2013 e 2014, seria expectável a quantidade e a qualidade do caos que aqui apresenta. Em entrevista à australiana Rabbit Radio, os quatro mostram que, se tocam como tocam, é porque têm gosto em fazer música e em dedicar-se a ela a cem por cento. E ao contar a sua experiência, expressam o desejo de ver mais jovens a formar novas bandas e a fazer o que os próprios White Lodge começaram a fazer há pouco tempo.
"Despedi-me do meu último emprego para fazer música", diz um deles. E o trabalho que fizeram até agora já os levou longe, garantem, pelo que se sentem com força para continuar. "E não é assim tão difícil começar uma banda", complementa outro, antes de deixar uma mensagem aos seus fãs: "Just fucking do it!"
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