“We are preparing to go live with the new album/website this evening. We will make an announcement as soon as it’s up.”
Esta foi a mensagem divulgada
pouco depois das 9 da noite no sábado passado na página oficial de Facebook dos
My Bloody Valentine. Inicialmente tomada com alguma apreensão e desconfiança
(não era a primeira vez que Kevin Shields e cª. voltavam atrás na promessa de
lançar novo disco, aguardado há mais de duas décadas), tal transformou-se em
surpresa e admiração quando na mesma página de Facebook é apresentada uma nova
imagem de tons azuis (mais tarde revelada como a capa do aguardado LP) e, pouco
tempo depois como prometido, o site oficial dos My Bloody Valentine surge
redesenhado e com o novo disco, de seu nome “m b v”.
Tal recepção repleta de
entusiasmo (o que levou inclusive a um sobrecarregamento no server do site
oficial) não é de se estranhar. Trata-se do primeiro longa-duração da banda de
Dublin desde “Loveless”, disco este lançado em Novembro de 1991 e desde então aclamado como
um dos trabalhos mais marcantes não só do género shoegaze, mas mesmo de todo o rock
alternativo dessa década. Este lançamento marca o final de uma espera de quase
22 anos, no decorrer dos quais Kevin Shields (mentor da banda) foi gravando
erraticamente, sempre com o ideal (alguns poderiam chamar de missão impossível)
de conseguir fabricar uma continuação do nível sonoro estabelecido com
“Loveless”.
Contudo, “m b v” marca igualmente
um começo. Com efeito, trata-se de uma nova era para os My Bloody Valentine e
este disco surge como a prova da transição e evolução que a banda vem
experienciando no seu som desde o primeiro disco “Isn’t Anything”. Embora à
primeira audição este novo trabalho possa parecer uma simples extensão das
ideias já apresentadas em “Loveless”, aos poucos distancia-se das pegadas desse
disco para novas paisagens grandíloquas, compostas por vocais que se confundem
com os timbres simultaneamente angelicais e fantasmagóricos, como já é próprio
da mestria de guitarra a que Kevin Shields nos habituou.
Uma receita vencedora, pois após
o magnetismo inicial das melodias familiares de “Loveless” (evidente no tema de
abertura, “She Found Now”), apercebem-se novos elementos, incorporados
subtilmente (ou não, como é o caso de “Is This And Yes”), na sonoridade dos My
Bloody Valentine. Nada mais que um trabalho simbólico de mutação progressiva, “m
b v” é composto por 9 temas que poderão ouvir até esta sexta-feira, enquanto
destaque Freeze! desta semana, todos os dias, das 14h às 15h, na Rádio
Universidade de Coimbra.
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