A já omnipresente greve da CP dificultou a chegada à Invicta em dia de Carnaval, o que ainda adicionou um saborzinho extra ao que se iria passar no dia 12 de Fevereiro no Plano B. Às 21:30, hora de abertura das portas, já se formava uma extensa fila para descer até à cave da sala portuense. A abrir as hostes estiveram os barcelenses The Glockenwise, quarteto que tem tocado nos últimos anos um pouco por todo o país, e que viu no humor do vocalista uma forma de criar empatia com o público. Entre temas antigos e outros por editar no novo disco, ninguém deu esta meia-hora de rock por perdida.
E depois, chegou o verdadeiro e esperado vendaval. A verdade é que os METZ, trio oriundo de Ontário, conseguiram estender a sua estreia homónima, do ano transacto e passada a pente fino, de menos de meia-hora de duração até aos 45 minutos, com mais 2 ou 3 temas por fora. Em palco houve de tudo um pouco, desde saltos de cima do bombo, instrumentos a voar, a guitarra de Alex Edkins encostada ao tecto (num exercício de feedback já característico da banda), tudo isto para um Plano B cheio e onde o previsível mosh, crowdsurfing falhado, muito suor e raiva acumulada foram sendo libertados. Houve ainda tempo para um mini-encore, e para o público ajudar a cantar (?) o início e fim de "Headache".
Acaba por ser difícil não pensar nos Nirvana ao assistir a um concerto dos METZ. Um power trio, onde o guitarrista acumula as funções de vocalista, a usar calças de ganga rasgada nos joelhos e apresentando-se com um som claramente influenciado pelo grunge mais pesado? Se tivermos em conta que até o baterista Hayden Menzies parecia um misto de Dave Grohl e Kurt Cobain, a julgar tanto pelo aspecto físico como pela brutalidade com que castigava as peles atrá do kit, questionamo-nos se já não teriamos visto isto algures. Não que isso tire um pingo de identidade aos METZ: escutar e ver o último minuto de "Negative Space" ao vivo é tão intenso e gratificante como ouvir a faixa em "METZ". No Primavera Sound espera-se nova catarse de energia, mas a verdade é que dificilmente se atingirá o ambiente quase perfeito que se viveu na Terça-feira no Plano B: uma sala pequena e acolhedora, cheia, a salivar, prontíssima para ver os METZ ao vivo. Curto mas intenso!
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